Casal procurado pela Interpol e condenado na Geórgia por fraude financeira é preso em Brasília
17/09/2025
(Foto: Reprodução) Mapa mostra posição geográfica da Geórgia, com Rússia ao norte e Turquia, Armênia e Azerbaijão ao sul
Google Maps/Reprodução
Um casal de estrangeiros incluídos na lista da difusão vermelha da Interpol foi preso pela Polícia Federal (PF) em Brasília – e, agora, corre risco de ser extraditado para a Europa.
Erick Justin Jorgensen, americano de 52 anos, é casado com a russa Ekaterine Jorgensen, de 40.
Eles foram condenados à prisão por fraude e lavagem de dinheiro na Geórgia, país na Europa que faz fronteira com a Turquia e a Rússia.
Segundo documentos enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), os crimes teriam sido praticados por Erick e Ekaterine entre maio e agosto de 2020.
🔎 Lista da difusão vermelha: notificações internacionais emitidas pela Interpol para localizar e prender pessoas procuradas. O arquivo da difusão vermelha foi o primeiro banco de dados da Interpol, criado originalmente de forma analógica (entenda mais abaixo).
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Além da difusão vermelha: entenda os sinais da Interpol
O casal foi preso em Brasília, com base em mandados expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques. É ele, também, quem analisa o pedido de extradição feito pelo governo da Geórgia.
O casal vive no Brasil ao menos desde 2023, e chegou a residir no Mato Grosso e em Pernambuco.
Erick foi encaminhado para o Complexo Penitenciário da Papuda e Ekaterine, para a Penitenciária Feminina do Distrito Federal, a Colmeia.
Entrada da Penitenciária Feminina do DF, conhecida como Colmeia
Paulo H Carvalho/Agência Brasília
Após a prisão do casal, o STF pediu que o Ministério Público Federal (MPF) avalie converter a prisão preventiva de Ekaterine para domiciliar – para cuidar da filha do casal, de 17 anos, que foi encaminhada ao Conselho Tutelar.
Ao g1, o advogado de defesa do casal, Paulo Veil, informou que a prisão dos dois foi feita de "forma ilegal e desumana" e alega "perseguição envolvendo a máfia georgiana" (leia a nota na íntegra abaixo).
A condenação do casal ocorreu no Tribunal da Cidade de Tbilisi, da Geórgia.
Extradição em análise
O governo georgiano pede a extradição dos dois acusados – ou seja, que sejam enviados pelo Brasil para cumprir a pena na Geórgia.
Relator do caso no STF, o ministro Nunes Marques avaliou que, a princípio, não há nada que impeça a extradição.
"[..] Observa-se que a extraditanda [Ekaterine] não é brasileira nato ou naturalizada, o fato que motivou o pedido é considerado crime no Brasil e no Estado requerente, não é considerado crime político ou de opinião, tampouco foi alcançado pela prescrição segundo as leis brasileiras e estrangeiras, sendo punido com pena superior a 2 (dois) anos", lista Nunes Marques.
O ministro afirma ainda, no documento que autorizou a prisão de Ekaterine, que Erick Justin Jorgensen teve o pedido de refúgio negado.
Um pedido similar feito por Ekaterine Jorgensen seguia em análise até a publicação do despacho, no início de agosto.
O que diz a defesa de Erick e Ekaterine
A defesa respeita as autoridades públicas envolvidas, porém a prisão foi realizada de forma ilegal e desumana, enquanto comemoravam o aniversário da filha menor de idade. Trata-se de uma perseguição envolvendo a máfia georgiana e decretar a extradição do casal seria basicamente sentenciar a morte de nossos clientes. Há um pedido de refúgio em andamento. Pedimos atenção das autoridades públicas para o caso, eis que sequer há tratado de extradição bilateral que preveja a situação entre os dois países.
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